O curso de Direto da PUC-SP é voltado exclusivamente para o ensino tecnicista. Não há incentivo à pesquisa e à extensão e os projetos que existem não têm capacidade de alcançar a todos os estudantes, além de não cumprirem a função de ser uma via de contato com a realidade. Neste sentido, afasta a Universidade da sua essência: a produção de conhecimento para intervenção do estudante na sociedade.
Pior do que voltado apenas para o ensino, é o fato de o curso ser concebido como um dogma. Não é estimulado o pensamento crítico, questionador e que fomente as discussões para a produção de conhecimento. O Direito não é um dogma e sim uma ciência, que não deve servir à manutenção da ordem, mas para ser superado como qualquer outra ciência.
Nesse contexto, é papel do Centro Acadêmico retomar a função da Universidade. Uma das formas de se fazer isso é fomentar o debate em atividades extracurriculares que, diga-se de passagem, deveriam obrigatoriamente ser curriculares.
Durante este ano, essas atividades buscaram aproximar os estudantes da realidade brasileira, bem como instigar o questionamento dessa realidade. Além disso, os debates contribuíram para a reflexão do papel dos estudantes de Direito na manutenção ou na transformação social.
Tanto a “Semana de Recepção dos Calouros” como a “Semana do 22” tiveram essa preocupação, de trazer aos estudantes o debate que não é colocado em sala de aula, nem pautado pelos meios de comunicação de maior circulação. Assim, pretendemos utilizar os espaços das palestras como complemento e contraponto ao ensino jurídico posto.