Festas

 Não há como dissociar qualquer construção de festas à necessidade que o ser humano sente em participar de rituais. Ritualizar a vida é entender que fazemos parte de uma realidade coletiva. Sentimos, todos, que precisamos ser seres sociais. As festas nos servem para celebrar essa existência comunitária. Regados à música e cerveja, nos recuperamos do sonambulismo cotidiano, interagimos no ritmo dançante de comemorar os bons motivos de sermos juventude. Mas que juventude queremos ser e queremos celebrar? A juventude massificada, robótica, que escolhe quem pode e quem não pode entrar na festa, ou a juventude da boemia, da boa música, que festeja com iguais e diferentes?

Ah, quem participou das nossas cervejadas semanais entendeu a diferença entre passar e viver a Universidade. Sambou ao som de novas amizades, brindou discussões interessantes com muita gente que não conheceu nos corredores do 2º andar e vibrou com o fato de tudo isso ter, em muito, contribuído com sucesso da política de autofinanciamento do Centro Acadêmico, por meio da venda de cerveja, sem clima algum de prestação de serviços.

Construir festas é produzir cultura, é culturalizar o espaço social que desejamos. É justamente por esse motivo que o Centro Acadêmico promoveu “A Revolução dos Bixos”, incorporando calouros e veteranos nessa cadência de misturas, e “O Banquete”, nosso inesquecível evento “odara” realizado graças à convicção de que devemos nos desimpedir, frente às tradições pucanas duvidosas, às críticas discriminatórias e às repressões sexuais. Nessa festa, os convites eram os prazeres dionisíacos. O anfitrião era a liberdade.

Para 2011, a idéia é fomentar festivais de bandas independentes, manter, com fôlego e boemia, duas cervejadas semanais, promover saraus e fazer, pelo menos, duas grandes festas – valorizando a originalidade típica dos amantes da arte como estilo próprio. De todos os motivos carnavalizantes que podemos pensar, o maior é certamente a possibilidade de tornar próprio de todos os estudantes o espaço do C.A. Participemos coletivamente dessa experiência cultural tão valiosa!