No ano de 2009, o Centro Acadêmico passou por um grande processo de mudanças. Uma série de medidas foram tomadas para que ele ficasse mais polido e mais elitista: o fechamento da Toquinha, a falta de cultura e, principalmente, a falta de vida, pois, nos tempos de um monarca, o espaço era reservado e restrito apenas para ele e aqueles que se encontravam perto de seu grau hierárquico. Juntos, faziam do 22 de Agosto uma espécie de escritório, lhe trazendo uma formalidade e uma polidez que NUNCA lhe foram característicos.
O COMEÇO...
O Centro Acadêmico costuma passar por transformações em seu espaço, e essas transformações costumam seguir a vontade daqueles que pertencem a chapa vencedora. O compromisso da Construção Coletiva foi ultrapassar esta vontade interna do grupo, ir de acordo com a sua proposta de Colegiado Aberto, convidando aqueles que estavam chegando, os calouros, a pintarem o Centro Acadêmico a seu bel prazer. Eles perceberam, desde o primeiro instante, que aquele espaço lhes pertencia e que, aquele é um ambiente coletivo. Em uma espécie de homenagem, convidamos também aqueles que estão se despedindo – os quinto-anistas, a deixarem sua saudade marcada nas paredes.
A TOQUINHA
A toquinha, desde os primórdios do C.A. 22 de Agosto, sempre fora envolvida por uma certa mística. Um espaço único dos estudantes de Direito da PUC, um espaço que respira cultura, seja pelas paredes, que funcionam como uma espécie de tela, quando os artistas somos nós, seja por sempre possuir algum tipo de atividade cultural: alguém tocando o pequeno bongô, outros fazendo uma Jam no violão, ou até mesmo repentistas, criando versos com aquilo que viam escrito ao seu redor.
Após um longo dia de estágio e aulas cansativas, a toquinha sempre se mostrou um ótimo espaço para relaxar. Novamente se referindo a misticidade, a reabertura da toquinha no ano de 2010, permitiu que bandas fossem formadas ali dentro, permitiu com que casais se conhecessem, e até mesmo experiências, que não cabem no papel, fossem vividas...
A REGRA DO BOM SENSO
A gestão 2010, além dos princípios do Colegiado Aberto, impôs ao corpo estudantil apenas uma regra: o BOM SENSO. Permitimos que as pessoas no Centro Acadêmico fossem livres a fazerem aquilo que quisessem, se utilizando apenas do bom senso.
Sabemos da fragilidade desta regra, por conta das diferentes percepções daquilo que é o bom senso. Porém, acreditamos também no valor pedagógico desse princípio, pois em meio a uma sociedade individual e repressora, ela nos ajuda a viabilizar um projeto coletivo e libertário de Centro Acadêmico, sem nos prender a qualquer tipo de amarra.
Difícil, mas não impossível!
AS PLENÁRIAS E O ESPAÇO DO CENTRO ACADÊMICO
Como fora dito no início, a gestão 2009, por te reservado o espaço a uma fração ínfima dos estudantes de Direito – e por ser pouco convidativo devido a sua aparência nada jovem – criou a carência de identidade com aquele espaço.
Um dos objetivos em 2010 era a reaproximação dos estudantes com o 22 de Agosto, tanto no âmbito cultural, como também no político. Mesmo sabendo da limitada estrutura do C.A. para receber as plenárias, achamos que, no ano de 2010, era imprescindível que as plenárias ocorressem ali dentro, para que os estudantes pudessem voltar a associar o Centro Acadêmico a uma característica que sempre lhe foi histórica: a de vida, debate e militância política.